Autor: Marcelo Hideo Motoyama

PARTES DE UMA MOEDA

Uma moeda é composta de diversas partes que nos interessam para que possamos classificá-la e entendê-la em seus diversos significados.

> LETRA MONETÁRIA: trata-se de uma letra do alfabeto que encontramos em algum lugar da moeda, geralmente ao lado da data, que indica em que cidade, em que Casa da Moeda foi cunhada a peça em questão. No Brasil, atualmente, todas as moedas são cunhadas no Rio de Janeiro, pela Casa da Moeda no Brasil. Porém, nem sempre foi assim. Outras cidades abrigaram Casas da Moeda para a cunhagem de meio circulante (moedas de cobre, bronze, prata e ouro).

>As primeiras moedas em circulação no Brasil sob o governo Português vieram de Lisboa e não contêm letra monetária. No Brasil foram instaladas, no período colonial, as seguintes Casas da Moedas, com as respectivas letras monetárias:

>Salvador (Bahia)..>>>>>>>>>>>>>.- B e B B
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>B B
>Rio de Janeiro>>>>>>>>>>>>>>>>- R e R R
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>R R
>Vila Rica (Minas Gerais)>>>>>>>>- M e M M
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>M M
>Recife (Pernambuco)>>>>>>>>>>>- P e P P
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>.>P P
>Goiás (Casa de Fundição)>>>>>>>.- G (só moedas de cobre)
>Cuiabá (Mato Grosso)>>>>>>>>>>- C (só moedas de cobre)
>São Paulo (casa de fundição)>>>>>..- SP (só moedas de cobre)
Veja, ainda nesse sentido, a matéria sobre as casas da moeda nos Estados Unidos, em matéria publicada na edição nº 1 de nossa revista.

> BORDO OU BORDA: é a altura da moeda entre o anverso e o reverso, onde geralmente encontramos a serrilha, porém encontramos bordos lisos (antiga moeda de 10 centavos ainda em circulação). Denteadas (atual moeda de 10 centavos amarelas), poligonais (200 reis de 1937 com o Duque de Caxias) e com inscrições (1 cruzeiro de 1972 comemorativa do Sesquicentenário da Independência do Brasil).

> CAMPO: é a parte plana da moeda em ambos lados, onde encontramos as principais informações gravadas. Contém a legenda, o exergo, a data, o valor facial, desenhos e figuras.

> INSCRIÇÕES MONETÁRIAS: as moedas primitivas limitavam-se à indicação de valores e das localidades onde eram emitidas (Soares, 1958). Porém, com o tempo, foram incluídos vários tipos de inscrições nas moedas, com várias finalidades:

>>Legenda é a inscrição, geralmente circular, à volta da moeda, podendo haver em linhas horizontais, a exemplo do exergo (vide mais à frente este significado). Entre os romanos, surgiu o costume de imprimir legendas com os títulos e nomes contornando a orla da moeda, com a efígie do Imperador no centro, a exemplo de Augusto: "IMP. CAESAR AVGVSTVS" (Imperador César Augusto). Encontramos legendas assim em moedas brasileiras: "PETRUS II.D.G.C. IMP. ET.PERP.BRAS.DEF." ( Pedro II pela graça de DEUS Imperador e defensor Perpétuo do Brasil): ou na República, a exemplo da moeda de 50 centavos de 1946 à 1951: " PRESIDENTE DUTRA". A legenda pode trazer o nome dos País: " REPÚBLICA DOS ESTADS UNIDOS DO BRASIL" ou somente "BRASIL". A legenda pode ser comemorativa: "4° CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL" (nas moedas de prata comemorativas de 1900) ou "FLORIANO PEIXOTO 1839-1939" (2000 réis de bronze alumínio de 1939). A legenda pode trazer o decreto que instituiu aquela moeda especifica: moedas imperiais de 1871 a 1885: "Decreto de nº 1870 de 3 de Setembro de 1870". A legenda pode trazer o peso e o título do metal empregado, a exemplo de moedas de prata do México e as de 2.000 réis da República do Brasil, do começo do século. Outros tipos de inscrições são as divisas, que podem ser religiosas, como nas moedas do Império do Brasil, e Educativas, como nas moedas de bronze da República do Brasil: "VINTÉM POUPADO, VINTÉM GANHO".

>>Monogramas ou letras dispostas de forma artística representando nomes de Monarcas, Reis e Imperadores (moedas suecas) ou localidades. Os abridores de cunho (escultor do cunho da moeda), também colocavam monogramas, a exemplo das moedas brasileiras da série de cruzeiros de 1942 a 1944 e algumas de 1945. O artista que desenhou a moeda ou a efígie que ela ostenta também pode fazer contar suas iniciais, como nas moedas imperiais com o busto de Pedro II.

> DATA: As datas ocidentais geralmente seguem o padrão cristão de datação, ou seja, o ano zero coincidindo com o do nascimento de Jesus Cristo. Tais datas são facilmente distintas. Os Israelenses usam outra marca para suas datas, o que nos dá o ano de 5750 para 1990. Os muçulmanos consideram a ida de Maomé à Meca o ponto de inicio de sua datação, o que nos pode fornecer datas de 1366 (1411 será equivalente a 1990). Os japoneses datam suas moedas de acordo com o ano de reinado do Imperador: para sabermos de que ano se trata determinada moeda necessitamos saber o ano de ascensão ao trono daquele Imperador sob o qual foi cunhado a moeda em questão. A datação coreana nos traz para o ano de 1990 a data 4323...

> CONTRAMARCAS: também podem ser consideradas inscrições monetárias (vide capitulo à parte).

> EXERGO: parte inferior de um lado da moeda, às vezes delimitada por uma linha horizontal, onde geralmente encontram-se a data ou a marca da casa de cunhagem ou, ainda, a sigla do gravador.

> MÓDULO: é o tamanho do disco da moeda, devendo ser medido pelo diâmetro (linha reta entre as bordas passando pelo centro geométrico da moeda). A moeda de 1.000 réis do Brasil com efígie do Padre José de Anchieta de 1935, é de modulo maior que as seguintes de mesmo tipo (1936 a 1938).

> PESO: é um fator importante quando se trata de metais preciosos, pois estes tem seu valor intrínseco, ou seja, vale pelo metal e não apenas pelo valor facial, não se desvalorizando no mesmo ritmo que o dinheiro pela inflação. Nas moedas atuais de prata o peso geralmente vem escrito (a exemplo das moedas de 2.000 reis da República do Brasil de 1906 a 1912: "XX GRAMAS" - 20 gramas), assim também como o nome do metal e o título empregado. Para as moedas antigas de cunhagem irregular, da antiguidade clássica ou do Sião e da Índia pré-colonial, o peso torna-se importante na classificação da moeda, devendo ser uma das anotações no envelope em que será guardado.

> ANVERSO E REVERSO: Nas moedas e medalhas, a face principal é chamada de anverso, que normalmente é o lado que contém o valor facial e que mostra o nome do país e a data, ou tem a figura ou efígie que caracteriza a moeda. O reverso será o outro lado. Naturalmente, muitas moedas não cabem nesta definição de anverso/reverso, mas sempre designa uma face como principal da moeda, a qual será o anverso.

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