PARTES
DE UMA MOEDA
Uma moeda é
composta de diversas partes que nos interessam para que possamos
classificá-la e entendê-la em seus diversos significados.
> LETRA
MONETÁRIA:
trata-se de uma letra do alfabeto que encontramos em algum lugar
da moeda, geralmente ao lado da data, que indica em que cidade,
em que Casa da Moeda foi cunhada a peça em questão.
No Brasil, atualmente, todas as moedas são cunhadas no
Rio de Janeiro, pela Casa da Moeda no Brasil. Porém, nem
sempre foi assim. Outras cidades abrigaram Casas da Moeda para
a cunhagem de meio circulante (moedas de cobre, bronze, prata
e ouro).
>As primeiras moedas em
circulação no Brasil sob o governo Português
vieram de Lisboa e não contêm letra monetária.
No Brasil foram instaladas, no período colonial, as seguintes
Casas da Moedas, com as respectivas letras monetárias:
>Salvador (Bahia)..>>>>>>>>>>>>>.- B e B B
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>B B
>Rio de Janeiro>>>>>>>>>>>>>>>>- R e R R
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>R R
>Vila Rica (Minas Gerais)>>>>>>>>- M e M M
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>M M
>Recife (Pernambuco)>>>>>>>>>>>- P e P P
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>.>P P
>Goiás (Casa de
Fundição)>>>>>>>.- G (só moedas
de cobre)
>Cuiabá (Mato Grosso)>>>>>>>>>>- C (só moedas
de cobre)
>São Paulo (casa
de fundição)>>>>>..- SP (só moedas
de cobre) |
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Veja,
ainda nesse sentido, a matéria sobre as casas da moeda
nos Estados Unidos, em matéria publicada na edição
nº 1 de nossa revista.
> BORDO
OU BORDA:
é a altura da moeda entre o anverso e o reverso, onde
geralmente encontramos a serrilha, porém encontramos bordos
lisos (antiga moeda de 10 centavos ainda em circulação).
Denteadas (atual moeda de 10 centavos amarelas), poligonais (200
reis de 1937 com o Duque de Caxias) e com inscrições
(1 cruzeiro de 1972 comemorativa do Sesquicentenário da
Independência do Brasil).
> CAMPO: é a parte plana
da moeda em ambos lados, onde encontramos as principais informações
gravadas. Contém a legenda, o exergo, a data, o valor
facial, desenhos e figuras.
> INSCRIÇÕES
MONETÁRIAS:
as moedas primitivas limitavam-se à indicação
de valores e das localidades onde eram emitidas (Soares, 1958).
Porém, com o tempo, foram incluídos vários
tipos de inscrições nas moedas, com várias
finalidades:
>>Legenda é a inscrição,
geralmente circular, à volta da moeda, podendo haver em
linhas horizontais, a exemplo do exergo (vide mais à frente
este significado). Entre os romanos, surgiu o costume de imprimir
legendas com os títulos e nomes contornando a orla da
moeda, com a efígie do Imperador no centro, a exemplo
de Augusto: "IMP. CAESAR AVGVSTVS" (Imperador César
Augusto). Encontramos legendas assim em moedas brasileiras: "PETRUS
II.D.G.C. IMP. ET.PERP.BRAS.DEF." ( Pedro II pela graça
de DEUS Imperador e defensor Perpétuo do Brasil): ou na
República, a exemplo da moeda de 50 centavos de 1946 à
1951: " PRESIDENTE DUTRA". A legenda pode trazer o
nome dos País: " REPÚBLICA DOS ESTADS UNIDOS
DO BRASIL" ou somente "BRASIL". A legenda pode
ser comemorativa: "4° CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO
DO BRASIL" (nas moedas de prata comemorativas de 1900) ou
"FLORIANO PEIXOTO 1839-1939" (2000 réis de bronze
alumínio de 1939). A legenda pode trazer o decreto que
instituiu aquela moeda especifica: moedas imperiais de 1871 a
1885: "Decreto de nº 1870 de 3 de Setembro de 1870".
A legenda pode trazer o peso e o título do metal empregado,
a exemplo de moedas de prata do México e as de 2.000 réis
da República do Brasil, do começo do século.
Outros tipos de inscrições são as divisas,
que podem ser religiosas, como nas moedas do Império do
Brasil, e Educativas, como nas moedas de bronze da República
do Brasil: "VINTÉM POUPADO, VINTÉM GANHO".
>>Monogramas ou letras dispostas
de forma artística representando nomes de Monarcas, Reis
e Imperadores (moedas suecas) ou localidades. Os abridores de
cunho (escultor do cunho da moeda), também colocavam monogramas,
a exemplo das moedas brasileiras da série de cruzeiros
de 1942 a 1944 e algumas de 1945. O artista que desenhou a moeda
ou a efígie que ela ostenta também pode fazer contar
suas iniciais, como nas moedas imperiais com o busto de Pedro
II. |
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> DATA: As datas ocidentais
geralmente seguem o padrão cristão de datação,
ou seja, o ano zero coincidindo com o do nascimento de Jesus
Cristo. Tais datas são facilmente distintas. Os Israelenses
usam outra marca para suas datas, o que nos dá o ano de
5750 para 1990. Os muçulmanos consideram a ida de Maomé
à Meca o ponto de inicio de sua datação,
o que nos pode fornecer datas de 1366 (1411 será equivalente
a 1990). Os japoneses datam suas moedas de acordo com o ano de
reinado do Imperador: para sabermos de que ano se trata determinada
moeda necessitamos saber o ano de ascensão ao trono daquele
Imperador sob o qual foi cunhado a moeda em questão. A
datação coreana nos traz para o ano de 1990 a data
4323...
> CONTRAMARCAS: também podem
ser consideradas inscrições monetárias (vide
capitulo à parte).
> EXERGO: parte inferior de um
lado da moeda, às vezes delimitada por uma linha horizontal,
onde geralmente encontram-se a data ou a marca da casa de cunhagem
ou, ainda, a sigla do gravador.
> MÓDULO: é o tamanho do
disco da moeda, devendo ser medido pelo diâmetro (linha
reta entre as bordas passando pelo centro geométrico da
moeda). A moeda de 1.000 réis do Brasil com efígie
do Padre José de Anchieta de 1935, é de modulo
maior que as seguintes de mesmo tipo (1936 a 1938).
> PESO: é um fator importante
quando se trata de metais preciosos, pois estes tem seu valor
intrínseco, ou seja, vale pelo metal e não apenas
pelo valor facial, não se desvalorizando no mesmo ritmo
que o dinheiro pela inflação. Nas moedas atuais
de prata o peso geralmente vem escrito (a exemplo das moedas
de 2.000 reis da República do Brasil de 1906 a 1912: "XX
GRAMAS" - 20 gramas), assim também como o nome do
metal e o título empregado. Para as moedas antigas de
cunhagem irregular, da antiguidade clássica ou do Sião
e da Índia pré-colonial, o peso torna-se importante
na classificação da moeda, devendo ser uma das
anotações no envelope em que será guardado.
> ANVERSO
E REVERSO:
Nas moedas e medalhas, a face principal é chamada de anverso,
que normalmente é o lado que contém o valor facial
e que mostra o nome do país e a data, ou tem a figura
ou efígie que caracteriza a moeda. O reverso será
o outro lado. Naturalmente, muitas moedas não cabem nesta
definição de anverso/reverso, mas sempre designa
uma face como principal da moeda, a qual será o anverso.
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