COMO COLECIONAR SELOS
- 1ª Parte
Esta Fabulosa e centenária forma de entretenimento,
onde as pessoas adquirem uma gama sem fim de informações,
que servem para aumentar amplamente seus conhecimentos, tem uma
característica que a destaca de diversas outras formas
de colecionismo. Esta característica consiste em captar
de imediato o jovem colecionador, que percebe em segundos, que
já tem em casa alguns selos ou algumas cartas recebidas
por ele ou por seus familiares e que ele sem perceber já
está iniciado, não é totalmente um leigo
sobre o assunto, faltando agora ir atrás, procurar, adquirir
mais alguns selos ou cartas, em seguida adquirir alguns conhecimentos
de como tratar com a "coleção" e se dizer
"colecionador", juntando-se a outros. É bem
simples mesmo. Logo de inicio, o novo colecionador já
percebe que está iniciando num caminho que como um Delta,
que abre um leque de ramificações e opções
de escolha sobre que tipo de selos, e caminhos a seguir. Este
universo é chamado de "Filatelia".
Após este primeiro contacto, enquanto ainda não
está definida ainda a direção a seguir,
o colecionador iniciante deve ir se aproximando o mais possível,
passando a recolher envelopes antigos ou modernos, não
retirar os selos, nem recortar os envelopes, deve numa primeira
instância, ir guardando os envelopes selados ou mesmo selos
já adquiridos avulsos.
Alertamos para não serem retirados os selos dos envelopes,
porque em grande parte dos casos, estes selos têm uma utilidade
maior colados sobre os envelopes, pois o número de informações
é bem maior nestes casos, como por exemplo: Datas, locais,
tempo entre a postagem no correio e o recebimento, enfim, de
imediato, selos avulsos são guardados junto com selos
avulsos e envelopes selados são guardados junto com envelopes
selados.
Com o passar de pouco tempo, você já terá
uma certa acumulação de selos e de envelopes. Já
no inicio, o jovem colecionador, já começa a sentir
dentro de si, uma certa inclinação, por um ou por
outro tipo de selos ou cartas, não que isto já
seja definitivo para o futuro, mas já vai se alinhando
umas características que o despertara mais, dentro daquele
pequeno ajuntamento inicial. É uma sensação
mágica, muito sutil, mas a pessoa percebe que a sua atenção
foi alertada sobre determinados selos, ou pela beleza ou pelas
imagens estampadas nos selos e aquilo que elas transmitem de
informação. Está definitivamente criado
um filatelista.
Daí para frente observe o mais possível os selos
ou as cartas, tentando colher ao máximo as informações
que eles transmitem.
Mas não se limite com isto, procure, pesquise em enciclopédia,
livros ou revistas, numa tentativa de fazer um verdadeiro estudo
sobre o tema escolhido. Ai então estará vivendo
plenamente neste maravilhoso hobby, que é o mundo dos
selos.
Pode ser de imediato colecionar selos novos ou usados.
Os caminhos dentro da filatelia são diversos, tendo-se
uma certa quantidade de selos e envelopes selados, pode-se ir
expandido, adquirindo mais selos novos nas agencias dos correios,
que constantemente estão lançando novos exemplares
para ilustrar suas coleções, mas poderá
também continuar ajuntando selos usados, pedindo para
parentes, firmas ou amigos. Esta é a maneira inicial de
se obter um certo ajuntamento, que poderá ser amplamente
aumentado, a partir da hora que o colecionador passar a adquirir
selos em lojas filatélicas, clubes, revistas com colunas
de correspondentes ou pela própria Internet. Todos endereços
de lojas, clubes, revistas e sites, serão divulgados nas
edições a seguir.
Após a fase de ajuntamento, onde o colecionador até
então guardava seus selos em caixas ou envelopinhos, ele
deverá adquirir algum material para poder manusear e guardar
seus selos, com um mínimo de comodidade e de preservação
dos selos. Este material basicamente consiste em: Pinça,
Lente e um classificador, o qual chamaremos indevidamente de
álbum propriamente dito. Os envelopes continuarão
sendo guardados temporariamente em uma caixa.
Após verificar que um selo colado sobre um envelope, que
não tenha nenhuma informação adicional,
que possa servir para um estudo de história postal e ser
um selo comum, se possível, ter inclusive um outro sobre
envelope em boas condições, ai então, podemos
recortar com cuidado, bem longe do selo, depois colocar o fragmento
num recipiente com água para que seja feita a separação
do papel, deixando-o em seguida secar por alguns minutos sobre
folhas de jornal, ficando assim, pronto para ser colecionado.
No Brasil, a partir de 1995, além dos tradicionais selos
com a goma original, que precisa ser umedecida antes de serem
fixados as cartas, foi introduzida uma novidade neste setor,
ou seja, selos com goma adesiva, que depois de destacados. Já
estão prontos para serem colados nos envelopes. Estes
selos além de serem muito bonitos, têm uma grande
praticidade. Com este tipo de selos, devemos agir diferente dos
outros, pois devido à goma ser muito forte e irremovível,
não há a necessidade de lavar os selos, apenas
recortamos com o mesmo cuidado anterior, estando em seguida,
prontos para colecionadores.
Com o tempo,
após o colecionador familiarizar-se com selos, usando
sempre pinça para toca-los e lupa para verificar pequenos
detalhes, deverá colocar os selos num classificador para
que os mesmos fiquem conservados por tempo indeterminado, ai
então, poderão ser adquiridos outros materiais
que auxiliarão, por exemplo, a saber, o tipo de papel
utilizado na fabricação de um determinado selo,
onde é utilizada uma pequena bandeja preta de plástico.
Chamada de filigranoscópio, peça esta de baixo
valor (por volta de 2,00). Coloca-se o selo nesta bandeja preta,
com a imagem virada para baixo e a parte de trás do selo
voltada para cima. Em seguida, com um conta-gotas, pinga-se algumas
gotas de Benzina sobre o selo, e irá aparecer uma marca
é que identificam o tipo do papel empregado nos mesmos
e precisão. Isto ocorre com os selos emitidos no Brasil
no período entre 1902 a 1975.
Vários paises no mundo também imprimiram seus selos
em papel filigranado com a finalidade de evitar falsificações,
que eram constantes na época.
Normalmente os selos posteriores, que foram emitidos com outros
tipos de papéis, não filigranados, estes selos
são classificados pela imagem impressa nos mesmo.
Para a conservação dos selos NOVOS, aconselha-se
que sejam colocados em protetores plásticos, comumente
chamados de Havids, que na realidade são tiras duplas
de plásticos, uma incolor e uma preta, unidas em uma extremidade.
Estas tiras são encontradas com facilidade em qualquer
loja filatélica.
Estes Havids são vendidos em embalagens contendo 20 tiras
de 20 cm., com preço que varia de R$ 3,00 a R$ 3,50 cada
embalagem de 20 tiras. Estas tiras vão sendo cortadas
com uma tesoura, de acordo com o tamanho de cada selo. O selo
colocado nestes protetores, fica de forma
ideal para ser colocado nos classificadores ou álbuns,
sem que colem em suas folhas.
Avançando um pouco mais em uma coleção,
por exemplo, em selos do Brasil, o colecionador, deverá
adquirir um álbum apropriado, onde serão colocados
os selos de uma forma definitiva.
Estes álbuns também são encontrados nas
lojas filatélicas, e trazem estampados em suas folhas,
os desenhos dos selos originais emitidos pelos Correios, desde
o primeiro até os dias atuais.
A Fixação dos selos nestes álbuns devem
obedecer a um critério, ou seja: No caso dos selos novos,
estes devem obrigatoriamente ser colocados com Havids, para que
fique a goma dos mesmos danificados. Sendo que os selos podem
ser pedacinhos de papéis, já com goma, próprios
para esta finalidade, que não estragando do os selos.
Estas charneiras são vendidas em envelopes com 1.000 unidades,
por um preço que varia de R$ 7,00 a R$ 10,00 o envelope.
Com o passar do tempo, um catálogo
de selos será muito útil, pois além de servir
como fonte geral de informações sobre cada selo,
como por exemplo: Tipos de papéis, número de exemplares
emitidos, suas denteações diversas, variedades
existentes, inclusive preço de cada selo. Estes catálogos
são uma fonte de informações, indispensáveis
para os colecionadores médios e avançados.
Na próxima edição desta revista, mostraremos
como manusear corretamente os selos, opções de
temas colecionáveis e outros materiais também importantes.
SÉRGIO MARQUES DA SILVA , autor desta matéria,
é presidente do Clube Filatélico São Paulo;
Vice-presidente da Sociedade Philatélica Paulista e autor
do livro "Selos Postais no Mundo" |
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