Filatelia
COMO COLECIONAR SELOS - 1ª Parte

Autor: Sergio Marques da Silva

COMO COLECIONAR SELOS - 1ª Parte

Esta Fabulosa e centenária forma de entretenimento, onde as pessoas adquirem uma gama sem fim de informações, que servem para aumentar amplamente seus conhecimentos, tem uma característica que a destaca de diversas outras formas de colecionismo. Esta característica consiste em captar de imediato o jovem colecionador, que percebe em segundos, que já tem em casa alguns selos ou algumas cartas recebidas por ele ou por seus familiares e que ele sem perceber já está iniciado, não é totalmente um leigo sobre o assunto, faltando agora ir atrás, procurar, adquirir mais alguns selos ou cartas, em seguida adquirir alguns conhecimentos de como tratar com a "coleção" e se dizer "colecionador", juntando-se a outros. É bem simples mesmo. Logo de inicio, o novo colecionador já percebe que está iniciando num caminho que como um Delta, que abre um leque de ramificações e opções de escolha sobre que tipo de selos, e caminhos a seguir. Este universo é chamado de "Filatelia".
Após este primeiro contacto, enquanto ainda não está definida ainda a direção a seguir, o colecionador iniciante deve ir se aproximando o mais possível, passando a recolher envelopes antigos ou modernos, não retirar os selos, nem recortar os envelopes, deve numa primeira instância, ir guardando os envelopes selados ou mesmo selos já adquiridos avulsos.
Alertamos para não serem retirados os selos dos envelopes, porque em grande parte dos casos, estes selos têm uma utilidade maior colados sobre os envelopes, pois o número de informações é bem maior nestes casos, como por exemplo: Datas, locais, tempo entre a postagem no correio e o recebimento, enfim, de imediato, selos avulsos são guardados junto com selos avulsos e envelopes selados são guardados junto com envelopes selados.
Com o passar de pouco tempo, você já terá uma certa acumulação de selos e de envelopes. Já no inicio, o jovem colecionador, já começa a sentir dentro de si, uma certa inclinação, por um ou por outro tipo de selos ou cartas, não que isto já seja definitivo para o futuro, mas já vai se alinhando umas características que o despertara mais, dentro daquele pequeno ajuntamento inicial. É uma sensação mágica, muito sutil, mas a pessoa percebe que a sua atenção foi alertada sobre determinados selos, ou pela beleza ou pelas imagens estampadas nos selos e aquilo que elas transmitem de informação. Está definitivamente criado um filatelista.
Daí para frente observe o mais possível os selos ou as cartas, tentando colher ao máximo as informações que eles transmitem.
Mas não se limite com isto, procure, pesquise em enciclopédia, livros ou revistas, numa tentativa de fazer um verdadeiro estudo sobre o tema escolhido. Ai então estará vivendo plenamente neste maravilhoso hobby, que é o mundo dos selos.
Pode ser de imediato colecionar selos novos ou usados.
Os caminhos dentro da filatelia são diversos, tendo-se uma certa quantidade de selos e envelopes selados, pode-se ir expandido, adquirindo mais selos novos nas agencias dos correios, que constantemente estão lançando novos exemplares para ilustrar suas coleções, mas poderá também continuar ajuntando selos usados, pedindo para parentes, firmas ou amigos. Esta é a maneira inicial de se obter um certo ajuntamento, que poderá ser amplamente aumentado, a partir da hora que o colecionador passar a adquirir selos em lojas filatélicas, clubes, revistas com colunas de correspondentes ou pela própria Internet. Todos endereços de lojas, clubes, revistas e sites, serão divulgados nas edições a seguir.
Após a fase de ajuntamento, onde o colecionador até então guardava seus selos em caixas ou envelopinhos, ele deverá adquirir algum material para poder manusear e guardar seus selos, com um mínimo de comodidade e de preservação dos selos. Este material basicamente consiste em: Pinça, Lente e um classificador, o qual chamaremos indevidamente de álbum propriamente dito. Os envelopes continuarão sendo guardados temporariamente em uma caixa.
Após verificar que um selo colado sobre um envelope, que não tenha nenhuma informação adicional, que possa servir para um estudo de história postal e ser um selo comum, se possível, ter inclusive um outro sobre envelope em boas condições, ai então, podemos recortar com cuidado, bem longe do selo, depois colocar o fragmento num recipiente com água para que seja feita a separação do papel, deixando-o em seguida secar por alguns minutos sobre folhas de jornal, ficando assim, pronto para ser colecionado.
No Brasil, a partir de 1995, além dos tradicionais selos com a goma original, que precisa ser umedecida antes de serem fixados as cartas, foi introduzida uma novidade neste setor, ou seja, selos com goma adesiva, que depois de destacados. Já estão prontos para serem colados nos envelopes. Estes selos além de serem muito bonitos, têm uma grande praticidade. Com este tipo de selos, devemos agir diferente dos outros, pois devido à goma ser muito forte e irremovível, não há a necessidade de lavar os selos, apenas recortamos com o mesmo cuidado anterior, estando em seguida, prontos para colecionadores.

Com o tempo, após o colecionador familiarizar-se com selos, usando sempre pinça para toca-los e lupa para verificar pequenos detalhes, deverá colocar os selos num classificador para que os mesmos fiquem conservados por tempo indeterminado, ai então, poderão ser adquiridos outros materiais que auxiliarão, por exemplo, a saber, o tipo de papel utilizado na fabricação de um determinado selo, onde é utilizada uma pequena bandeja preta de plástico. Chamada de filigranoscópio, peça esta de baixo valor (por volta de 2,00). Coloca-se o selo nesta bandeja preta, com a imagem virada para baixo e a parte de trás do selo voltada para cima. Em seguida, com um conta-gotas, pinga-se algumas gotas de Benzina sobre o selo, e irá aparecer uma marca é que identificam o tipo do papel empregado nos mesmos e precisão. Isto ocorre com os selos emitidos no Brasil no período entre 1902 a 1975.
Vários paises no mundo também imprimiram seus selos em papel filigranado com a finalidade de evitar falsificações, que eram constantes na época.
Normalmente os selos posteriores, que foram emitidos com outros tipos de papéis, não filigranados, estes selos são classificados pela imagem impressa nos mesmo.
Para a conservação dos selos NOVOS, aconselha-se que sejam colocados em protetores plásticos, comumente chamados de Havids, que na realidade são tiras duplas de plásticos, uma incolor e uma preta, unidas em uma extremidade. Estas tiras são encontradas com facilidade em qualquer loja filatélica.
Estes Havids são vendidos em embalagens contendo 20 tiras de 20 cm., com preço que varia de R$ 3,00 a R$ 3,50 cada embalagem de 20 tiras. Estas tiras vão sendo cortadas com uma tesoura, de acordo com o tamanho de cada selo. O selo
colocado nestes protetores, fica de forma ideal para ser colocado nos classificadores ou álbuns, sem que colem em suas folhas.
Avançando um pouco mais em uma coleção, por exemplo, em selos do Brasil, o colecionador, deverá adquirir um álbum apropriado, onde serão colocados os selos de uma forma definitiva.
Estes álbuns também são encontrados nas lojas filatélicas, e trazem estampados em suas folhas, os desenhos dos selos originais emitidos pelos Correios, desde o primeiro até os dias atuais.
A Fixação dos selos nestes álbuns devem obedecer a um critério, ou seja: No caso dos selos novos, estes devem obrigatoriamente ser colocados com Havids, para que fique a goma dos mesmos danificados. Sendo que os selos podem ser pedacinhos de papéis, já com goma, próprios para esta finalidade, que não estragando do os selos. Estas charneiras são vendidas em envelopes com 1.000 unidades, por um preço que varia de R$ 7,00 a R$ 10,00 o envelope.
Com o passar do tempo, um catálogo de selos será muito útil, pois além de servir como fonte geral de informações sobre cada selo, como por exemplo: Tipos de papéis, número de exemplares emitidos, suas denteações diversas, variedades existentes, inclusive preço de cada selo. Estes catálogos são uma fonte de informações, indispensáveis para os colecionadores médios e avançados.
Na próxima edição desta revista, mostraremos como manusear corretamente os selos, opções de temas colecionáveis e outros materiais também importantes.


 

 


SÉRGIO MARQUES DA SILVA , autor desta matéria, é presidente do Clube Filatélico São Paulo;
Vice-presidente da Sociedade Philatélica Paulista e autor do livro "Selos Postais no Mundo"

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