Porque e como colecionar cartões
telefônicos
Tendo já dissertado sobre os
porquês do colecionamento de CT, vamos agora comentar
como se pode colecionar estes objetos tão
novos quanto apreciados. (Este artigo foi sugerido durante a
palestra que pronunciamos no Encontro Nacional de Telecartofilia,
realizado no Jardim Botânico, em São Paulo).
Uma vez decidido: Vou colecionar CTs, uma pergunta se impõe:
Como colecionar? Parece simples, mas existem n respostas para
esta indagação. Várias e diferentes maneiras
de colecionar podem ser adotadas. Vamos comentar algumas.
Tipos de Coleções
Para quem só conhece os CTs do Brasil, o modo inicial
é evidentemente ajuntar todos os que conseguir. Depois,
à medida que se vai conhecendo melhor, aparecem as possibilidades
de se fazer vários tipos de coleção:
- Cronológica - é a coleção onde
entram todos os CTs em ordem de data da emissão. É
realmente a coleção do iniciante, mas que pode
provocar o gosto e estimular o entusiasmo pelo colecionismo.
- Por séries - onde entram quaisquer tipos de séries.
Série é o conjunto de dois ou mais CT referentes
ao mesmo assunto, emitidos pela mesma empresa, seguindo o mesmo
padrão.
- Por assunto - separando-se os CTs pelo assunto a que se referem
as suas figuras, venham eles em séries ou isoladamente
- Histórica - é a coleção que reúne
os CTs comemorativos, de preferência acrescentando dados
históricos adicionais. Podem ser classificados pelos tipos
de eventos a que se referem e também pelas regiões
onde ocorreram os fatos
- De Publicidade - adquirindo-se os CTs de propaganda, que
podem ser separados em comércio, indústria, serviços,
etc.
Para quem tem facilidade de conseguir CTs de vários
países, existem também várias maneiras de
se fazer uma coleção:
- Por país - um CT ou uma série de CTs dos diferentes
sistemas usados em cada país. É fascinante tentar
conseguir CTs de diferentes países, não só
pelo desafio, como pelas possibilidades de novos conhecimentos
sobre geografia. Vale lembrar também a satisfação
do intercâmbio postal que é um dos recursos usados
para contatos com colecionadores de qualquer país do mundo.
- De estudo - onde se pesquisa a evolução do
sistema usado nos telefones públicos de um determinado
país. A evolução dos cartões ópticos
usados na Suíça daria motivo a uma linda coleção,
que certamente exigiria aprofundados estudos e grandes despesas...
- Temática - esta coleção é montada
após um minucioso procurar pelos catálogos e publicações
pertinentes. Os CTs com as figuras úteis ao colecionador,
podem ser de quaisquer países, emitidos em qualquer data.
Esta é a mais intelectual das coleções.
Exige sólidos conhecimentos do tema escolhido, o que também
estimula a busca por novos conhecimentos.
- Por sistema - os CTs magnéticos fabricados pela URMET
da Itália são usados em 16 países. Já
podem ser colecionados, seguindo-se o Catálogo especializado
publicado no ano passado.
Cuidados com os CTs
A seleção dos CTs que vão fazer parte
da coleção deve ser rigorosa. Só entram
os perfeitos. Um critério deve ser estabelecido, aceitando-se
uma certa tolerância para os cartões mais raros
que, mesmo danificados, podem permanecer até se conseguir
um realmente em ordem.
Independente do tipo de coleção que se adotar,
os cuidados com os CTs são os mesmos. Desde a maneira
de se manusear os CTs até o seu armazenamento, o colecionador
deve prestar atenção aos mínimos detalhes.
O manuseio das peças que vão fazer parte de
uma coleção deve ser delicado, evitando o que se
ve freqüentemente: a pessoa esfregar um CT no outro, ao
contar quantos comprou naquela remessa. Principalmente os cartões
brasileiros, que se deixam riscar pelo mais leve atrito. A marca
das impressões digitais deve sei evitada.
Muitos CTs usados merecem ser lavados. Água e sabão
(neutro), melhoram muito o visual de cartões que já
passaram por maus momentos, isto é, foram jogados no chão,
no lixo, ou se inpregnaram de alguma impureza. Nem todos os CTs
toleram o uso de álcool para tirar restos de uma fita
adesiva, por exemplo. Aliás, nunca se deve usar fita adesiva
diretamente sobre o CT. Um amigo em São Paulo possui um
método para esterilizar os CTs. Oportunamente o divulgaremos,
se ele permitir.
Material
De alguma forma os CTs devem ser guardados. Inicialmente,
em uma caixa, até que sejam separado segundo os critérios
do colecionador e o tipo de coleção a que ele vai
se dedicar.
Envelopes individuais são absolutamente necessários
para os CTs que vão estar presentes em uma coleção
que será exposta. Também os CTs em duplicata merecem
um envelope plástico individual, para evitar que se raspem
uns nos outros.
Para os colecionadores que não se preocupam ou não
querem participar de exposições, um álbum
de folhas plásticas com 6 ou 8 bolsas é muito prático
para guardar os seus cartões. Deve-se tomar muito cuidado
com a qualidade do plástico usado, pois alguns de baixa
qualidade costumam grudar nos cartões, às vezes
danificando a impressão. Este inconveniente é detectado
após dois ou mais anos de armazenamento.
Já para os que pretendem expor suas coleções,
recomendamos montá-las em folhas de papel sulfite (60
kg), tamanho carta (22 x 28 cm). É o formato padrão
das exposições filatélicas, que certamente
será adotado pela telecartofilia. Estas folhas devem ser
inseridas em sacos plásticos transparentes, para evitar
perda em caso de se desprenderem alguns CTs do papel suporte.
E evitar os dedos dos curiosos...
Tanto as folhas de plásticos com bolsas individuais
como as que suportam papel sulfite devem ser guardadas em fichários/álbuns
de dois, três ou quatro furos, para se manterem em ordem
e poderem ser confortavelmente transportadas ou mostradas aos
amigos.
Para qualquer tipo de coleção, o interessado
deve levar em conta o aspecto cultural do colecionamento. Aprender
sempre, cultivar o bom gosto e o capricho na apresentação
da coleção. Desenvolver o sentimento de solidariedade
para com os outros colecionadores e enfrentar desafios, para
atingir as metas estabelecidas. Daí sim o colecionador
terá condições e conhecimentos para analisar
as coleções alheias e "curtir" a sua
própria coleção.
Então, vamos colecionar cartões telefônicos?
Para os próximos assuntos queira sugerir: José
Marques Barboza
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