Autor: Anselmo Amirati

Quanto Vale?

Às vezes ficamos a pensar: Quanto vale minha coleção? Quanto vale esse pedaço de filme de PVC, travestido de cartão telefônico? E permanecemos sem respostas corretas. Não existe um catálogo ou lista que trate da cotação de preços dos cartões telefônicos indutivos do Brasil, de forma realista para o nosso poder aquisitivo. Até por que, são tantos comerciantes querendo lucros absurdos que, qualquer tentativa de estabelecer preços, tenderá ao fracasso. Talvez se um grande comerciante divulga-se a sua lista de preços para a venda dos cartões, outros comerciantes a adotassem e então surgiria um padrão, não necessariamente o mais adequado.
O Catálogo do Vieira e do RHM, em 1997/1998, estabeleceram valores, inflados pela ganância dos grandes comerciantes da época que estavam abarrotados dessas "raridades"... raridades para nós... eles tinham e têm disponíveis centenas e milhares desses cartões esperando pelo nosso sangue. Com todo esse "apoio" prestado pelos catálogos eles continuam atacando os ingênuos e os afobados. Pasmem colegas... aqui em Recife ainda tem alguns comerciantes que se baseiam nesses catálogos para ditar preços para essas "raridades"...
Em termos de preços, esses catálogos foram extremamente infelizes... um enorme desserviço para os verdadeiros colecionadores e para os bons comerciantes.
Todos nós, em conjunto, somos os grandes culpados, pois alimentamos esse mercado a qualquer preço... pensamos que o verdadeiro colecionador não está preocupado no valor financeiro de seus exemplares... que o seu apego é muito mais sentimental do que comercial. Não obstante, existe um valor comercial que segue as leis da oferta e da procura de mercado, igual a qualquer outra transação comercial, mas que, freqüentemente, não seguimos. Mas, que valor é esse?
Se você tem um produto para vender e ninguém quer comprar, o preço é baixo... se você está precisando vender, o preço é menor ainda... se você quer se livrar dele, você vai dar de graça e ainda pagará o transporte...
Por outro lado, se você tem um produto para vender e todos querem comprar, você vai tentar obter o preço máximo... com certeza algum maluco vai comprar... principalmente se ele for telecartofilista.

Se muitos têm um mesmo produto para vender e muitos querem comprar então o preço tende para um valor mais adequado... que é um preço de mercado mais real.

Verificando pessoalmente o comércio em Manaus, São Paulo e Recife e obtendo informações precisas do RJ, e, ainda, outras informações adicionais de alguns estados do NE, dão para se tecer alguns comentários a respeito dos preços atuais para os cartões usados, em perfeito estado de conservação, sem ter a pretensão de estabelecer comportamentos para o mercado.
Cartões da época do Sistema Telebrás, de tiragem:
- de milhões, custam R$ 0,20.
- entre 100.000 e 1.000.000, custam R$ 0,30.
- entre 50.000 e 100.000, custam R$ 0,50.
- entre 10.000 e 50.000, tem valores muito variados, entre R$ 1,00 e R$ 5,00.
- abaixo de 10.000 é nebuloso... varia de R$ 1,00 a R$ 800,00 estando muitas mídias antigas em torno de R$ 30,00 e muitos de 92 em torno de R$ 70,00 ou menos; todos novos, pois usados são mais difíceis de se encontrar.
Cartões atuais, com mais de dois meses de idade, de tiragem:
- acima de 100.000, custam entre R$ 0,30 e R$ 0,50.
- entre 50.000 e 100.000, custam R$ 0,50.
- entre 20.000 e 50.000, custam R$ 0,70 / R$ 0,80.
- abaixo de 20.000 e mídias, custam entre R$ 1,00 e R$ 1,50.
Cartões atuais, com menos de dois meses de idade, qualquer tiragem, são tratados como mídia e custam entre R$ 1,00 e R$ 1,50... novo custa R$ 2,10... ou seja, existem comerciantes que querem lucrar muito mais que as teleoperadoras, pois na captação do cartão eles pagam somente R$ 0,10.
Existem diversas exceções, como, por péssimos exemplos, poderemos citar:
o "Brasil falando com o mundo", em torno de R$ 800,00.
o "Jornal do Commércio" em torno de R$ 500,00.
Esses dois são pernas de cobra... ninguém viu, ninguém sabe...

Temos ainda outras barbaridades:

Tiragem de 400 exemplares, em torno de R$ 170,00:
- TELERN - cartão do encontro de Natal

Tiragem de 500 exemplares, em torno de R$ 200,00:
- TELECEARA - 27 anos da Teleceara
- TELECEARA - Cinintel

Tiragem de 1.000 exemplares, em torno de R$35,00:
- TELEPAR - Feliz Natal, Celsius Artes e Antiguidades e Saci.
- CRT - "Panda" e "Redes de proteção infantil"
- TELERGIPE - "Venda sua mídia aqui"

Tiragem de 5.000 exemplares, em torno de R$ 150,00:
- Noronha 2000 - Reveillon no paraíso do Brasil.

Esse último mau exemplo já tem alguma história, cuja veracidade eu não pude confirmar... acreditem com reservas, mas... se tem fumaça... deve ter fogo: Dizem que esse cartão foi distribuído e não foi vendido... que a tiragem real é muito menor que a declarada no cartão... que diversos exemplares estão retidos na Telemar-PE e somente são liberados por ordem expressa de escalão superior... enfim, se isso tudo for verdade verdadeira então temos mais alguns motivos para chorar... por acaso eu consegui o meu exemplar usado antes da história surgir e o preço disparar... tem maluco que está pagando o valor acima.

Tentem pechinchar nos preços dos cartões; não se afobem... cartões de tiragem alta um dia aparecem por preço razoável... deixe para amanhã o que você pode comprar hoje... se você deixar o dinheiro na poupança você lucrará duas vezes: no próprio lucro da poupança e na queda de preços dos cartões.

Matéria publicada originalmente no Cards Club - http://www.cardsclub.com.br

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