Emissões "menores"
A palavra 'menores' está entre aspas, no título,
para chamar a atenção do leitor, para o seu duplo
sentido!
Por um lado quero significar o número pequeno de peças
emitidas ou a autorização para uma pequena emissão.
Refiro-me às emissões de 10.000, 2.000 e até
1.000 cartões telefônicos.
Por outro lado, quer significar a "pequenez" de quem
solicita a emissão de quantidade tão baixa.
Para um país com a extensão territorial como
o nosso, que precisa de emissões de 2 a 3 milhões
de CT com a mesma figura, pois consome 30.000.000 de CT por mês
(o que já daria 10 figuras por mês...), parece brincadeira
permitir uma emissão de 2.000 CT.
Quem autoriza, demonstra total ignorância em relação
à Telecartofillia! Compreendo que a Tele não vai
dar prioridade aos colecionadores, mas também é
burrice demais, permitir que terceiros tenham mais lucros que
a própria empresa.
Países adiantados aprenderam a usufruir do potencial
que existe num conjunto de colecionadores: autorizam emissões
proporcionalmente menores que as normais e ainda publicam boletins,
catálogos, formam clubes, etc. A orientação
e o estímulo aos colecionadores realmente trazem um retorno
significativo, sem atrapalhar o bom andamento do serviço
de telefonia pública.
"Menores" também são as consciências
das pessoas que, aproveitando a ignorância dos dirigentes
e também dos colecionadores, solicitam e financiam estas
emissões. A maioria dos interessados conhece bem a manobra
destes especuladores: compram toda a emissão, soltam por
volta de 10% dos CT impressos, a preços muito elevados
(já tiram o investimento) e depois vendem o resto a preço
menor e que já é lucro. O que também tira
a credibilidade dos comerciantes que venderam caro, devido às
circunstâncias.
Muitos colecionadores ficam afoitos, ansiosos, à espera
da última "novidade"! Afinal, para que serve,
ter "hoje", por um preço muito alto, um cartão
que poderá ser adquirido na próxima semana, por
um terço ou menos, do valor pedido agora ?
E a empresa que anuncia, não está também
praticando um ato insensato ? É claro que sim, pois se
um CT de mídia é feito para divulgar um produto,
quanto maior o número de CT, melhor !
Estudar é preciso
Como ocorre em muitos países, o numero de colecionadores
de CT no Brasil está aumentando muito rapidamente. O que
deve ser incentivado urgentemente, é o estudo da Telecartofillia.
Os colecionadores serão altamente beneficiados se se interessarem
pela parte "teórica" do colecionismo.
Em palestra pronunciada no 1º Encontro de Multicolecionismo
em São Paulo, dezembro último, lembramos aos presentes
(e... não eram poucos), que a FIP-Fédération
Internationale de Philatélie, já publicou várias
vezes, a sua "Relação de Emissões Nocivas"
. Os selos enumerados nesta lista, ao invés de ajudar,
atrapalham. Isto é, quando presentes numa coleção
que participa de uma exposição competitiva, esta
coleção perde pontos!
Aí está uma idéia a ser adotada na Telecartofilia,
a partir dos próprios colecionadores, se negando a comprar
este tipo de CT, os das "emissões nocivas".
Daí a minha insistência na formação
de clubes locais de colecionadores, que poderão se filiar
a entidades estaduais e estas serem agrupadas numa só
Federação Nacional. Daí sim, haveria uma
entidade reguladora com autoridade para estabelecer os parâmetros
para a contagem de pontos numa exposição competitiva,
onde se poderia excluir os cartões abusivamente emitidos.
Então, vamos deixar de ser bobos na mãos dos
expertos? Vamos colecionar CT, seriamente ?
E então, vamos estudar Telecartofilia?
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