Antes dos Cartões
Telefônicos
Alguns artigos tem sido publicados sobre os cartões
telefônicos. Principalmente sobre a história do
sistema indutivo, os tipos de cartões existentes, como
colecioná-los, etc. Mas... e antes deles?
Odorico Paraguaçu perguntaria: e os "patraismente"
dos cartões telefônicos, ninguém vai esmiuçar?
Resposta: Os telefones públicos no Brasil, antes dos
cartões indutivos. funcionavam a ficha. Poucos colecionadores
se interessaram e/ou se dedicaram ao estudo das fichas
telefônicas no Brasil.
Fases
A grosso modo podemos distinguir quatro fases na história
das fichas telefônicas brasileiras:
- Fora de padrão
- Siglas
- Teles
- Local
É um modo didático de situar no tempo
a fabricação das fichas, embora haja uma
faixa de transição bem acentuada no uso
delas. Há inclusive exceções.
Início da história
As fichas fora de padrão tem um diâmetro
maior ou menor que as padronizadas. As fichas
padronizadas tem 23 mm de diâmetro. As fichas
não padronizadas maiores tem no máximo 30 mm. As
menores chegam a um mínimo de 20 mm.
Os materiais usados na fabricação das fichas
eram: latão, ferro, bronze, zamac, e ainda outros, talvez.
Este assunto merece estudos mais elucidativos, pois é
comum dizer-se metal amarelo (seria bronze, latão?). Fichas
fosforizadas não seriam as que receberam um banho anodizado
para limpeza e conservação e depois o perdeu em
parte?
Nesta fase, os sulcos tem uma enorme gama
de variações: dois juntos horizontais, três
horizontais, um vertical, um vertical excêntrico, nenhum,
etc. As incrições podem ser verticais,
horizontais ou em círculo. Raras são as que trazem
o nome da fábrica.
As Companhias Telefônicas
Servindo a regiões reduzidas, de um ou vários
munícipios, as companhias telefônicas emitiam fichas
com as siglas das pessoas jurídicas, como CTBC, para Companhia
Telefônica de Ribeirão Preto; COTELCE, para Companhia
Telefônica do Ceará; CETERP, para Centrais Telefônicas
de Ribeirão Preto e assim por diante.
As Teles
Com a criação da Telebrás, quase todas
as pequenas companhias foram "encampadas" pelas tele
dos seus respectivos estados. Assim, a Telesp (Telecomunicações
do Estado de São Paulo) fez desaparecer a TELEOESP de
Jales, a CRTS de Sorocaba, a COTESPA de Osasco e algumas outras.
Apareceram então as fichas com os nomes das teles dos
respectivos estados: TELEMIG em Minas Gerais, TELPE em Pernambuco,
TELESC em Santa Catarina e assim por diante.
É nesta fase que aparece com maior freqüência,
o nome dos fabricantes das fichas.
Local
As fichas telefônicas em uso atualmente trazem a inscrição
"local" e no verso, "Sistema Telebrás".
Ocorre que, como já foi dito, a faixa de transição
entre uma fase e outra é muito indefinida, isto é,
são usadas concomitantemente fichas de diferentes fases.
Assim, hoje em dia, juntamente com as fichas "local",
encontra-se uma boa porcentagem de fichas das teles assim como
algumas das fases anteriores.
Fichas DDD
As fichas para chamadas de longa distância ou interurbanas
eram de ferro (um imã pode comprovar o tipo de material)
ou de tamanho diferente das que serviam para chamadas locais.
Estas, geralmente feitas de zamac.
As últimas usadas antes da introdução
dos cartões telefônicos, foram fabricadas somente
pela Casa da Moeda do Brasil, em aço. No anverso têm
o ano de fabricação, DDD (entre os dois sulcos
horizontais) e as inicias da Casa da Moeda do Brasil: CMB. No
reverso mostram o símbolo da Telebrás e os dizeres
"Sistema Telebrás", separadas por um sulco e
circundados por uma linha ondulada.
Bibliografia
Conhecemos alguns estudos sobre as fichas telefônicas
de colecionadores, como Roberto Pedroso, José Romeu Porto
Lima e Mário Figueiredo, do Rio de Janeiro; Milton Alves
Portelinha, de Avaré; Cel. Paranhos, de Curitiba; Julio
Bueno, de São Paulo. Já vimos também o trabalho
de H. A. Groenendijk (Holanda), Catalog of Telephone and Telegraph
Tokens, cuja parte referente ao Brasil está realmente
muito bem desenvolvida para alguém que estudo o assunto
àquela distância. Estamos aguardando a publicação
do Catálogo das Fichas Telefônicas do Brasil, em
preparo pelo estudioso Helion de Mello e Oliveira. Esta obra
certamente trará muitas informações ausentes
nos estudos anteriormente citados.
Cartões Telefônicos
Com a introdução dos Cartões Indutivos
no Brasil, a partir de 1992, os telefones públicos estão
sendo gradativamente substituidos e com eles as fichas telefônicas,
que perderão a sua função.
É evidente que as fichas vão deasparecer e terão
somente valor histórico. Daí a necessidade de os
colecionadores começarem a se movimentar. Ou vão
perder uma boa oportunidade! As fichas telefônicas também
contam história!
Então, vamos colecionar fichas telefônicas?
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