Autor: José Marques Barboza

Antes dos Cartões Telefônicos

Alguns artigos tem sido publicados sobre os cartões telefônicos. Principalmente sobre a história do sistema indutivo, os tipos de cartões existentes, como colecioná-los, etc. Mas... e antes deles? Odorico Paraguaçu perguntaria: e os "patraismente" dos cartões telefônicos, ninguém vai esmiuçar?

Resposta: Os telefones públicos no Brasil, antes dos cartões indutivos. funcionavam a ficha. Poucos colecionadores se interessaram e/ou se dedicaram ao estudo das fichas telefônicas no Brasil.

Fases

A grosso modo podemos distinguir quatro fases na história das fichas telefônicas brasileiras:

  1. Fora de padrão
  2. Siglas
  3. Teles
  4. Local

É um modo didático de situar no tempo a fabricação das fichas, embora haja uma faixa de transição bem acentuada no uso delas. Há inclusive exceções.

Início da história

As fichas fora de padrão tem um diâmetro maior ou menor que as padronizadas. As fichas padronizadas tem 23 mm de diâmetro. As fichas não padronizadas maiores tem no máximo 30 mm. As menores chegam a um mínimo de 20 mm.

Os materiais usados na fabricação das fichas eram: latão, ferro, bronze, zamac, e ainda outros, talvez. Este assunto merece estudos mais elucidativos, pois é comum dizer-se metal amarelo (seria bronze, latão?). Fichas fosforizadas não seriam as que receberam um banho anodizado para limpeza e conservação e depois o perdeu em parte?

Nesta fase, os sulcos tem uma enorme gama de variações: dois juntos horizontais, três horizontais, um vertical, um vertical excêntrico, nenhum, etc. As incrições podem ser verticais, horizontais ou em círculo. Raras são as que trazem o nome da fábrica.

As Companhias Telefônicas

Servindo a regiões reduzidas, de um ou vários munícipios, as companhias telefônicas emitiam fichas com as siglas das pessoas jurídicas, como CTBC, para Companhia Telefônica de Ribeirão Preto; COTELCE, para Companhia Telefônica do Ceará; CETERP, para Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto e assim por diante.

As Teles

Com a criação da Telebrás, quase todas as pequenas companhias foram "encampadas" pelas tele dos seus respectivos estados. Assim, a Telesp (Telecomunicações do Estado de São Paulo) fez desaparecer a TELEOESP de Jales, a CRTS de Sorocaba, a COTESPA de Osasco e algumas outras.

Apareceram então as fichas com os nomes das teles dos respectivos estados: TELEMIG em Minas Gerais, TELPE em Pernambuco, TELESC em Santa Catarina e assim por diante.

É nesta fase que aparece com maior freqüência, o nome dos fabricantes das fichas.

Local

As fichas telefônicas em uso atualmente trazem a inscrição "local" e no verso, "Sistema Telebrás".

Ocorre que, como já foi dito, a faixa de transição entre uma fase e outra é muito indefinida, isto é, são usadas concomitantemente fichas de diferentes fases. Assim, hoje em dia, juntamente com as fichas "local", encontra-se uma boa porcentagem de fichas das teles assim como algumas das fases anteriores.

Fichas DDD

As fichas para chamadas de longa distância ou interurbanas eram de ferro (um imã pode comprovar o tipo de material) ou de tamanho diferente das que serviam para chamadas locais. Estas, geralmente feitas de zamac.

As últimas usadas antes da introdução dos cartões telefônicos, foram fabricadas somente pela Casa da Moeda do Brasil, em aço. No anverso têm o ano de fabricação, DDD (entre os dois sulcos horizontais) e as inicias da Casa da Moeda do Brasil: CMB. No reverso mostram o símbolo da Telebrás e os dizeres "Sistema Telebrás", separadas por um sulco e circundados por uma linha ondulada.

Bibliografia

Conhecemos alguns estudos sobre as fichas telefônicas de colecionadores, como Roberto Pedroso, José Romeu Porto Lima e Mário Figueiredo, do Rio de Janeiro; Milton Alves Portelinha, de Avaré; Cel. Paranhos, de Curitiba; Julio Bueno, de São Paulo. Já vimos também o trabalho de H. A. Groenendijk (Holanda), Catalog of Telephone and Telegraph Tokens, cuja parte referente ao Brasil está realmente muito bem desenvolvida para alguém que estudo o assunto àquela distância. Estamos aguardando a publicação do Catálogo das Fichas Telefônicas do Brasil, em preparo pelo estudioso Helion de Mello e Oliveira. Esta obra certamente trará muitas informações ausentes nos estudos anteriormente citados.

Cartões Telefônicos

Com a introdução dos Cartões Indutivos no Brasil, a partir de 1992, os telefones públicos estão sendo gradativamente substituidos e com eles as fichas telefônicas, que perderão a sua função.

É evidente que as fichas vão deasparecer e terão somente valor histórico. Daí a necessidade de os colecionadores começarem a se movimentar. Ou vão perder uma boa oportunidade! As fichas telefônicas também contam história!

Então, vamos colecionar fichas telefônicas?

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